sábado, 15 de abril de 2017

Análise da produção dos "cinco titulares" do sistema ofensivo

Denílson, Diego Jardel, Júnior Dutra, Marquinhos e Rômulo são cinco jogadores para quatro vagas no sistema ofensivo avaiano. Com a lesão de Denílson, Claudinei Oliveira não vai ter o "problema" agora de ter que escolher um para sair. Mas, se o artilheiro do Avaí na temporada voltar, quem sai? Diego Jardel é a resposta mais comum entre os torcedores. Será que ele merece esse status de o mais dispensável dos cinco? Recorremos aos números dos 20 jogos do Leão no ano para tentar achar respostas.

Análise individual

O que se espera de um jogador do sistema ofensivo é que faça gols e/ou dê passe para eles.  Vamos ver, então, como está a produção ofensiva de cada um em 2017.


Com Marquinhos poupado em vários jogos e os outros três tendo sofrido lesões, o inquebrável Júnior Dutra destaca-se como jogador dentre os cinco que mais partidas disputou no ano. As lesões, aliás, fazem com que os cinco atletas analisados tenham média de tempo em campo de jogador titular, mesmo Claudinei não tendo iniciado nenhuma partida com um quinteto ofensivo.  No entanto, como foi reserva no início da temporada, Dutra acaba perdendo, por cinco minutos, para Denílson no somatório de minutos e tem a menor média de tempo em campo por jogo dentre os cinco. A maior média é de Rômulo.

No quesito artilharia, Denílson lidera, seguido de perto por Júnior Dutra. Marquinhos e Diego Jardel são os que têm menos gols, o que é até natural, já que, do quinteto, são os dois meias, enquanto os outros três são o que se pode chamar de "atacantes de ofício".

Nas assistências, Dutra é quem lidera, seguido por Jardel. Marquinhos é o único que ainda não deu passe para gol em 2017. Sua última assistência ocorreu há mais de seis meses, em 30 de setembro, na vitória por 2 a 0 contra o Paysandu pela Série B. Um fato curioso para o jogador que é considerado o cérebro do time.

O combo gols + assistências faz de Júnior Dutra o jogador com mais participações em gols no ano, seguido por Denílson, esse bem mais artilheiro que garçom. Não é surpresa, portanto, que Denílson seja o jogador que menos tempo precisa para fazer gol, enquanto Dutra é o que menos tempo leva para participar de um gol. No outro extremo, estão Diego Jardel e Marquinhos, os piores nos dois quesitos.

O que esses números indicam é que Denílson e Júnior Dutra são nossos jogadores de ataque mais efetivos. Dos cinco avaliados, Rômulo é o terceiro em gols, assistências, participação em gols, minutos necessários para fazer gol e minutos necessários para participar de gol. Ou seja, é a "terceira força" do nosso ataque, enquanto Marquinhos e Diego Jardel, pelo menos nos números, estão próximos entre si e distantes do trio. Fica como destaque que o contestado Jardel participou do dobro de gols de Marquinhos, mesmo tendo 109 minutos a menos de tempo em campo.

Análise coletiva

Mas como essas cinco peças se encaixam? Vamos ver, nos números, qual dos quartetos formados com esses cinco jogadores foi o mais efetivo até agora.


O quadro acima traz os números absolutos de minutos em que o quarteto atuou junto e gols que o Avaí marcou nesses minutos. Das cinco combinações possíveis, a que atuou mais tempo e com a qual o Leão fez mais gols foi aquela que não tinha Júnior Dutra, a mais usada no início da temporada, tanto que foi utilizada pela última vez na partida contra o Luverdense, em 1 de março.

Com duas das combinações - uma sem Denílson e a outra sem Rômulo -, o Avaí não conseguiu fazer gols. Preocupa o fato de o quarteto sem Denílson ser o que atuou mais tempo (143min) sem que o Leão tenha marcado um gol, já que o artilheiro da temporada é o lesionado do momento.


No gráfico acima, está o tempo que o Avaí leva para marcar um gol com cada quarteto. Não há grande diferença entre eles. Apenas 4min15s de média (ou 4,25 minutos) separam o primeiro do terceiro. O menor tempo necessário (56min), curiosamente, foi registrado com o quarteto sem Júnior Dutra, o jogador que mais participa de gols. Isso porque ele foi mais usado no início da temporada, quando o Avaí, aproveitando o entrosamento do ano anterior, atropelava os adversários. Esse quarteto não é usado há 45 dias e não fez gol nos últimos 104 minutos em que atuou.

Na sequência, vem o quarteto sem Marquinhos, com o qual o Avaí faz um gol a cada 57min45s (ou 57,75 minutos). A pouca diferença para o primeiro quarteto mostra que a vida sem o Galego pode não ser tão difícil como pintam. Essa formação foi a única das cinco em que Diego Jardel atuou como meia-armador, e não como meia-atacante de lado, e na qual conseguiu suas três assistências, todas em lances de bola parada (quando está em campo, Marquinhos é o homem da bola parada). E dá pra ver um copo meio cheio ou meio vazio aqui. Por um lado, esse quarteto foi usado apenas em jogos fora de casa e, em tese, mais difíceis. Ao mesmo tempo, os adversários - Atlético Tubarão, Almirante Barroso e Brusque - são todos times de Série D ou sem divisão e, em tese, mais fáceis.

Com o terceiro quarteto, o Avaí faz um gol a cada 60min15s (ou 60,25 minutos). Essa é a combinação sem Diego Jardel.

E então?

O que os números indicam é que, estando todos em forma, é mais que provável que o trio Denílson, Júnior Dutra e Rômulo traga melhores resultados se for titular. A escolha por Marquinhos ou Diego Jardel é defensável tanto por um lado como por outro, e não é tão óbvia assim.

Mesmo sendo inegavelmente um jogador com menos recursos técnicos, Jardel entregou, até o momento, pouco mais que o Galego, ao contrário do que o senso comum indica. A opção por Marquinhos no momento fica mais pelo seu passado, pelo que se espera que ele ainda possa render (por ter muito mais qualidade técnica) e por atributos não quantificáveis, como liderança e carisma.

Não incluímos na análise jogadores como ou Lourenço e Vinícius Pacheco, que já tiveram alguma produção ofensiva (gol ou assistência), porque o seu reduzido tempo em campo no ano geraria médias distorcidas.

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